No Programa NAU Talks, o presidente da Azul LinhasAéreas diz que as reuniões online não vão substituir as reuniões de negócios eaposta em uma retomada do setor da aviação assim que a população estiver vacinada.
José Mario Caprioli, Presidente Executivo da Azul Linhas Aéreas, nasceu com o chip empreendedor ativado. Em entrevista ao programa NAU Talks, contou que desde muito cedo queria convencer o pai, empresário do setor de transporte, a investir em aviação, mas, apenas aos 25 anos, conseguiu e assim nasceu a TripLinhas Aéreas. Não tem medo de crise e já sobreviveu a várias.
“Ao saber do nosso hub em Campinas, o comandante Rolim matou cada um de nossos aviões com um Fokker 100. Soube que ele disse que companhias assim “tinha que matar no ninho” diverte-se Zé Mario, lembrando a frase de efeito do polêmico líder da TAM à época. “Foi fugindo do Rolim que descobrimos nossa vocação como aviação regional. Não foi uma visão de negócios”, acrescenta.
“Ao saber do nosso hub em Campinas, o comandante Rolim matou cada um de nossos aviões com um Fokker 100. Soube que ele disse que companhias assim “tinha que matar no ninho” diverte-se Zé Mario, lembrando a frase de efeito do polêmico líder da TAM à época. “Foi fugindo do Rolim que descobrimos nossa vocação como aviação regional. Não foi uma visão de negócios”, acrescenta.
A pandemia foi uma grande lição para a Azul no entender do empresário. A empresa estava crescendo de uma maneira muito forte, com um faturamento de R$14 bilhões e um plano de frota robusto para os anos de 2020/2021. “Quando a malha caiu 90%, o custo variável caiu na mesma proporção e tivemos que negociar como dois grandes grupos de custos fixo, a mão de obra e o leasing de aviões”, relata. “A negociação foi muito dura, principalmente com as empresas de leasing, mas quando a Latam pediu recuperação judicial e as demais empresas de aviação começaram a quebrar lá fora, eles cederam.”
Zé Mario destaca que o papel do time da Azul foi sensacional, reduzindo salários, sem demissões, e contribuindo para que a empresa deixasse de queimar caixa.”Pela flexibilidade da frota, fomos uma das malhas que mais cresceu e, em janeiro de 2021, já estávamos quase a 100% do que havia na pré-pandemia”, revela.
Não acredite em sucesso
Sobre tendências para o turismo, o empresário não nega que fazer reuniões online é um comportamento que veio para ficar. Ele ressalta que no auge da pandemia a plataforma do Zoom valia mais que todas as cias aéreas juntas. Mas a partir do momento que a população estiver vacinada e a pandemia sob controle, Zé Mario acredita na retomada das viagens a negócios, enquanto o recurso online deve ser utilizado mais para as reuniões internas das companhias.
“Os negócios representam ⅔ do tráfego e ⅓ são viagens de lazer, visitas a parentes. É o que sustenta a indústria de hotelaria aqui e no mundo. Quando você vir seu cliente fechando negócios em outro país, no dia seguinte, retomará o hábito de viajar e encontrar clientes para fazer negócios”, acredita o empresário. Zé Mario lembra que, para a classe média, diante de um dólar mais apreciado, a demanda pelo turismo interno aumenta. “Mas pelas fronteiras internacionais estarem fechadas há mais de 1 ano, temos uma demanda reprimida e, quando abrirem, principalmente a americana, mesmo com dólar alto, vamos ter uma demanda forte.”
Zé Mario diz que um dos seus maiores aprendizados é o permanente estado de prontidão gerencial necessário para qualquer empresa, não importa o tamanho que ela tenha ou o setor em que atue. “Em junho de 2019, no auge do crescimento da empresa, fiz questão de ir buscar na França nosso primeiroAirbus A330 neo da frota internacional, e aproveitei para dar um esfrega no pessoal que estava com a entrega atrasada. Seis meses depois, lá estava eu implorando para que não entregassem avião algum em função da pandemia”,conta. Como o mundo mudou em seis meses. O quanto as empresas exigem que você tenha um estado de prontidão gerencial. Como eu sempre digo, não acredite no sucesso. O sucesso é o passado. O que te levou até ele não te garante o futuro.Você precisa de humildade intelectual, entender que você precisa aprender o tempo inteiro, os desafios intelectuais e gerenciais a cada ano são um degrau amais ensina.
Assista a entrevista completa: